Autor Olavo Lima
Atenção: Esse Fanfic é escrito por um fã (eu) e não tem objetivo de fins lucrativos, muito menos é algo oficial do Cânone de Highlander, apesar de usar a linha do tempo da franquia após a criação do seriado de Tv, confira o Blog Highlander Brasil clicando aqui
PersonagensNoel Rosa
Jorge Davi
Rio de Janeiro, 1937
Meu nome é Noel Rosa, modéstia a parte, eu era considerado um dos melhores cantores, compositores e violinistas do meu amado Brasil, nascido nesta terra e como está terra imortal.
Muitos poderiam dizer que minha historia poderia ter começado quando nasci, em 11 de dezembro de 1910, mas para mim realmente começou em 1937, após anos entregue a Bohemia, eu finalmente havia pagado o preço, a tuberculose tomava conta de meu corpo e já estava desenganado pelos médicos, em meu leito de morte, quando um homem que parecia tão jovem quanto eu surgia, caminhando com um pouco de dificuldade e usando uma bengala.
Byron - Desculpe interromper seus momentos finais, mas acho que talvez possa lhe ajudar
Eu cuspia sangue mas ele continuava sorrindo
Noel - é um novo remédio ou tratamento ?
Byron - Meu caro amigo, o bom doutor me enviou com algo muito melhor, se ele tiver certo você vai sobreviver, se tiver errado vai morrer
Noel - espere...
Byron - hora você não é como eu? um poeta, capaz de espremer a vida o máximo possível? como se fosse o néctar dos deuses?
Noel - eu quero viver, mas o que você vai fazer ?
Byron - lhe dar a chance que nunca tive... mas não se preocupe vai ser o nosso segredo, evitarei sua morte final...bem vindo ao jogo meu caro...
Em seguida ele me apunhalou, mas não senti quase nada, acordei a noite um dia depois, não sentia mais as dores e nenhum dos sintomas da Tuberculose, para minha surpresa acordei do lado da minha lapide
Noel - eu estou curado?
Byron - você era mesmo famoso, meu amigo, o bom doutor Benjamin estava realmente certo sobre tudo, seu funeral foi lindo, todos estavam lá, deveria se orgulhar!
Noel - o que aconteceu comigo?
Byron - Você agora é imortal...até cortarem a sua cabeça!
Noel - porque alguém faria uma insanidade dessas?!
Byron - quando um de nossa espécie corta a cabeça de outro da mesma, o imortal absorve seu espirito e poder, o que nos chamamos de Despertar!
Noel - mas porque as coisas funcionam assim?
Byron - quem sabe? existem alguns que acreditam que um dia haverá o Encontro, onde somente um imortal ficará no final, o ultimo receberá o Premio e terá o poder e conhecimento de todos os imortais que já existiram, para mim isso é tudo bobagem, tudo isso é para justificar a banalidade e insanidade de nossa existência, mas pelo menos podemos preencher esse vazio com o doce sabor da juventude eterna e dos vícios, assim como os prazeres mundanos.
Noel - mas e o paraíso?
Byron - Eu sempre achei que o paraíso fosse apenas um conto de fadas para tolos ou inocentes, mas talvez você seja mais sábio do que eu? talvez eu seja o tolo? De qualquer forma acho que um dia todos saberemos, até lá nobre irmão poeta curta a Bohemia ao meu lado! Juntos desfrutaremos os prazeres deste lindo mundo!
Noel - teremos que lutar o tempo todo?
Byron - eu lhe ensinarei como lutar, mais do que isso, lhe ensinarei como o bom doutor me ensinou, táticas e truques para vencer oponentes mais fortes do que eu, mas não se preocupe o solo sagrado é um refugio, mas eu prefiro a vida para fora dele, porem nenhum imortal jamais lhe atacará lá, imagino porem que você não seja do tipo ligado em ser membro do clero.
Noel - Presumo que devo sumir para evitar que os que amo, como meus pais por exemplo, sejam tragados pela violência da minha nova condição.
Byron - entendeu bem garoto! Se bem que eles não são seus verdadeiros pais, nos imortais nascemos todos órfãos, até que uma morte violenta ative nossa imortalidade, caso isso não aconteça nos ficaremos doentes e morremos como qualquer outro mortal, o bom doutor viu você surgir como todos nos um recém nascido, porem alguém tentou lhe agredir quando apenas um recém nascido, mas o bom doutor o ajudou e o trocou por uma família que tinha acabado de perder um filho, seu problema facial foi explicado como complicações no parto, pelo que soube você teve uma bela juventude, agradeça a ele por isso.
Noel - quem é esse doutor ?
Byron - um imortal e meu primeiro professor, logo lhe apresentarei o bom doutor Benjamin!
Rio de Janeiro 2021
De fato Byron me ensinou sobre minha imortalidade, tudo que podia sobre duelos e luta com espadas, mas mais do que isso ele e o doutor Benjamin me ensinaram como criar estratégias para sobreviver, evitar lutas, mas caso seja necessário vencer um imortal, mesmo sendo menos habilidoso ou poderoso no despertar, mas até para mim, o modo de vida de Byron era auto destrutivo, eventualmente me separei dele, porem não durei muito tempo no estrangeiro, logo voltei ao meu amado Rio de Janeiro.
Gostaria de dizer que o rio melhorou, ou que meu senso de nostalgia me fez ver as coisas como piores, mas de fato o rio se tornou cada vez pior durante esses anos, hoje o caos e a violência impera, eu tento nos bairros onde resido fazer a diferença, ajudar pessoas, ajudar a comunidade, mas não há muito o que eu possa fazer, agora com a pandemia que assola o mundo, tenho que sair mais de casa para fazer as compras no lugar do meu filho, ele é um mortal de 51 anos, eu adotei ele quando este tinha apenas 10 anos em 1980.
Toda vez fico feliz quando o vejo ao retornar de casa, sei que os dias estão contados e eventualmente ele ira partir, mas tentarei aproveitar cada momento que estou com ele até o fim, nos administramos juntos uma pousada e bar, o tipo de negocio que reúne a Bohemia local, onde posso viver a vida que vivi e sempre adorei viver, agora sem as os problemas da mortalidade, porem ainda existem os perigos da imortalidade.
Noel - filho, cheguei!
Ao me aproximar sinto a presença de um imortal, minha espinha gela, eu perdi o contato com os poucos imortais que conheci e continuam vivos, e todos eles me avisam antes de visitar, eu sai sem minha espada, acostumado em uma vida de paz, por sorte ela esta em um local escondido mas de fácil acesso na sala.
Quando me aproximo da cozinha, encontro um imortal com a espada no pescoço do meu filho, o nome deste imortal é Joaquim Gonçalves Ledo
Jorge Davi - Coroa, agora a coisa fedeu!
Noel - Solte ele!
Joaquim - Isso não é maneira de tratar um velho amigo, ou se esqueceu de mim?
Noel - o que você quer?
Joaquim - O mesmo da ultima vez que conversamos
Rio de Janeiro 1970
A única razão que concordei em encontrar e conversar com esse maluco revolucionário, é que ele é 100 anos mais velho do que eu e cortou algumas cabeças, ele é do tipo obcecado e não me deixaria em paz, por isso marquei em solo sagrado, no cemitério local de frente para a minha lapide.
Joaquim - é uma honra me encontrar com outro imortal, especialmente um tão famoso quanto você
Noel - a Honra é minha, mas qual é a razão deste encontro?
Joaquim - Soube que você lutou ao lado da resistência francesa contra os nazistas, nunca pensou em fazer o mesmo pelo seu país?
Noel - não acho que vai fazer muita diferença
Joaquim - você acha que o seu jeito faz muita diferença? Fazer caridade e tentar curar pessoas que já se entregaram? eu quero ainda um país melhor, habitado pelos bravos e fortes
Noel - ...
Joaquim - olhe ao seu redor, o regime militar manda em tudo, não gosto dos comunistas tanto quanto qualquer um, mas eles podem ser uteis para as mudanças que estão por vir e o fim do regime
Noel - você não era monarquista?
Joaquim - eu sou brasileiro acima de tudo, a monarquia morreu, a unica forma de conseguirmos nossa independência é uma nova revolução, podemos construir o país que quisermos, nossas habilidades especiais nos fazem unicos, podemos lutar como qualquer outro e governar esse país, obviamente por trás dos panos.
Noel - eu e você vimos governos e regimes surgirem e desaparecerem no nosso país, aqui nunca foi estável, quando a guerra fria acabar, o regime militar não vai ter mais apoio e vai acabar, não vou ficar matando pessoas para..
Joaquim - pessoas não, inimigos da nação! E se a guerra nunca acabar?! Vai deixar a nossa nação ser destruída por esses incompetentes? Ou você se junta a mim ou corto sua cabeça!
Aproveitei que uma multidão se aproximava com um caixão e sai correndo
Joaquim - Seu Covarde! Noel Rosa vou te achar Noel Rosa! Nem que leve 100 anos ou uma eternidade! Vou te achar e cortar sua cabeça!
Rio de Janeiro, 2021
Agora esse maníaco está com o meu filho, tenho que pensar em algum coisa
Joaquim - não levou 100 anos, mas eu passei anos procurando por você e quase desisti, até ouvir rumores, você ficou desleixado poeta, todos começaram a ouvir historias do imortal poeta Noel Rosa, o Boêmio eterno do rio!
Noel - Solte o meu filho e diga logo o que você quer!
Joaquim - o mesmo de antes, me encontre no terreno abandonado perto daqui a 1 hora, se fugir eu os encontro e dessa vez mato primeiro o seu filho, em seguida não lhe darei outra chance de se decidir e matarei você!
Noel - eu irei lá, pode solta-lo...
O maníaco vai embora, agora tenho que planejar como terei uma chance contra ele
Jorge - e ai velho vai aceitar o que ele quer ou lutar com ele?
Noel - eu tenho um plano, mas de qualquer forma você tem que ir embora, se eu morrer tudo fica em seu nome, se eu sobreviver tudo aqui fica com você...mas eu vou ter que sumir
Jorge - porque?
Noel - se ele me encontrou desse modo, outros vão me encontrar e não posso arriscar sua vida
Jorge - sou teu filho porra! Não vou te abandonar!
Noel - eu sei...
Jorge - vamos fugir daqui!
Noel - ei, eu tenho um plano, não vou entregar minha cabeça, mas caia fora daqui...
Eu reúno as minhas coisas e a minha caixa de violão e algumas surpresinhas, o terreno baldio é usado a noite por usuários de drogas e criminosos, mas eles são os ultimos dos meus problemas agora, o local está vazio, mas logo sinto a presença de um imortal, eu deixo a caixa de violão meio longe mas na direção de quem entra no local.
Jorge - vejo que não fugiu dessa vez, usa essa caixa para guardar a sua espada? suponho que veio de sobretudo porque tem algo na manga, mas não vai adiantar...diga qual é a sua resposta agora...
Noel - não sei se você sabe, mas a ditadura acabou...
Jorge - apenas um acordo, mas os incompetentes militares foram substituidos por incompetentes políticos, pouco me importa quem ou o que está no poder, o que me importa é eu poder organizar minha nação pela liberdade e independência!
Noel - eu pensava que você era um maluco idealista, mas vejo que é um maluco megalomaniaco, o seu erro é que deveria ter visto mais filmes imperialistas americanos...
Eu ativo o detonador dos explosivos que coloquei na caixa de violão, isso vai dar uma bela porrada nele, como disse antes Byron me ensinou mais do que duelos com espadas ou sobre minha imortalidade, ele me ensinou como sobreviver.
Joaquim - Seu filho da...
A explosão pegou ele de surpresa, mas com uma velocidade sobre humana ele consegue desviar da maior parte dela, porem ela ainda consegue queimar metade dele, seu sabre fica eletrificado, eu mal consigo me defender de seus ataques, porem puxo uma pistola da minha manga, uma antiga tática que Byron me ensinou, ela não causa muito dano, mas a surpresa faz o inimigo perder o equilíbrio, logo após com um golpe ele consegue destrui-la e ferir uma das minhas mãos, eu mal consigo acompanhar seus movimentos, ele me conta algumas vezes, mas ainda estou em melhores condições que ele.
Joaquim - seu covarde! Vou acabar logo com isso!
Ele atravessa seu sabre na minha barriga, porem está ferido demais e lento demais devido aos ferimentos, eu puxo sua espada e corto sua cabeça, em seguida posso sentir seu despertar fluindo até meu corpo, o êxtase de absorver seu poder é incrível, pela primeira vez sinto algo assim, o local começa ao redor começa a explodir, raios e fumaça saem ao redor.
Fico de joelhos totalmente fraco, porem eu sobrevivi a um inimigo muito mais poderoso do que eu, me sinto muito mais poderoso, como se uma energia nunca vista antes fluisse dentro de mim, porem estou cansado, mas tenho que sair logo do local antes que a policia ou alguém me veja, tento me manter consciente para não morrer ali antes de chegar em casa, ao chegar em casa apenas caio na garagem depois de fechar a porta atrás de mim.
Quando consigo abrir meus olhos novamente, meu filho fica olhando fixamente para mim
Jorge - acho que não me acostumar com essa maluquice! Você está bem!
Noel - estou vivo...
Jorge - e aquele maluco?
Noel - ele não vai mais nos preocupar...
Jorge - caraca! tu conseguiu matar aquele puto de vez?
Noel - Sim, mas não muda o fato que outros podem aparecer, temos que nos separar, não se preocupe com dinheiro...
Jorge - coroa, tu tá maluco? tu acha que vou te deixar sozinho?
Noel - você deve entender...
Jorge - somos juntos e misturados, posso até entender a gente se mudar, mas tu não ai sumir não, tu é a única família que eu tenho, não se esqueça disso coroa!
Por mais que não queira concordar, ele está certo, meu filho é a única família que me restou e eu sou a única dele, estou de volta ao jogo, porem agora não é somente a minha vida que corre o risco, mas a da única pessoa que me importo.
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