sábado, 12 de outubro de 2024

Cine Toca - Immortel (Ad Vitam) (2004)

Veja no final do postO filme é uma adaptação de um clássico dos quadrinhos franceses, ou melhor, de dois terços deste clássico. Immortel tem seu roteiro baseado nos dois primeiros álbuns da Trilogia Nikopol, A Feira dos Imortais e A Mulher Armadilha, do quadrinhista Enki Bilal, que co-escreveu o roteiro da versão cinematográfica de sua obra, assim como assumiu o risco de ocupar a cadeira de diretor da produção. Se você já teve o prazer de ler os álbuns, ou mesmo se teve algum contato com os quadrinhos franceses de FC, já deve ter uma ideia do quanto é complicado adaptar material tão complexo conceitual e visualmente.O filme se situa em Nova York de 2095 e conta a história de Jill Bioskop, uma mutante de passado misterioso, ajudada por uma médica que impede que ela caia nas mãos da Eugenics, uma corporação geneticista corrupta. O povo vive num regime ditatorial, sob um governo subserviente aos interesses corporativos. Mutantes alienígenas são comuns, graças a uma fenda dimensional em pleno Central Park. Uma pirâmide flutuante, ocupada por deuses egípcios, se instala nos céus da cidade. Hórus, deus dos céus na mitologia egípcia, é advertido que tem sete dias na Terra antes que sua sentença de morte seja cumprida, então acaba encontrando Nikopol, um prisioneiro dos tubos criogênicos, libertado por um acidente. Sob influência direta de Hórus, Nikopol é usado por ele para aproximar-se de Jill.


Immortel talvez tenha o discutível mérito de ser a primeira produção a trabalhar com cenários totalmente digitais, com os atores filmados com telas verdes ao fundo. Ainda há discussão sobre qual foi o primeiro de fato, já que no mesmo ano de 2004 também estrearam Capitão Sky e o Mundo do Amanhã, nos EUA, e Casshern, no Japão. No fim das contas, não vale muito ser o primeiro se o resultado final, visualmente falando, tem falhas que poderiam ser evitadas. O filme curiosamente utiliza-se não só dos cenários digitais, mas até alguns personagens humanos são inexplicavelmente digitais, numa época em que mesmo Hollywood, torrando dinheiro a rodo, não tinha como atingir um grau satisfatório de realismo nesse quesito. Isso faz com que o filme acabe virando uma mistura bizarra de animação com atores, prejudicando muito a interação entre alguns personagens.  Falando em interação, era evidente desde o começo de que em alguns momentos a trucagem do fundo verde se mostrasse pouco verossímil, o que realmente acontece, mas é menos grave que o outro caso.

Ainda assim, é possível desfrutar de um desenho de produção fantástico. Os carros voadores, naves e paisagens urbanas são realmente um show e me fizeram pensar em como o livro de concept art do filme, caso exista, deve ser espetacular. A fotografia com matizes em cores frias combina bastante com os objetos e os figurinos do filme, além de servir bem ao clima da história, ainda que esse detalhe visual seja diferente das HQ’s, onde a frieza estava mais restrita ao comportamento dos personagens principais. Aliás, no filme os personagens mantiveram essa característica, o que torna difícil definir isso como opção diretor ou inabilidade mesmo. Talvez isso seja até menos estranho ao público francês, mas de qualquer forma também acaba prejudicando a narrativa, pois em momento algum se sente que alguém corre perigo.

veja o filme abaixo 

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