Immortel talvez tenha o discutível mérito de ser a primeira produção a trabalhar com cenários totalmente digitais, com os atores filmados com telas verdes ao fundo. Ainda há discussão sobre qual foi o primeiro de fato, já que no mesmo ano de 2004 também estrearam Capitão Sky e o Mundo do Amanhã, nos EUA, e Casshern, no Japão. No fim das contas, não vale muito ser o primeiro se o resultado final, visualmente falando, tem falhas que poderiam ser evitadas. O filme curiosamente utiliza-se não só dos cenários digitais, mas até alguns personagens humanos são inexplicavelmente digitais, numa época em que mesmo Hollywood, torrando dinheiro a rodo, não tinha como atingir um grau satisfatório de realismo nesse quesito. Isso faz com que o filme acabe virando uma mistura bizarra de animação com atores, prejudicando muito a interação entre alguns personagens. Falando em interação, era evidente desde o começo de que em alguns momentos a trucagem do fundo verde se mostrasse pouco verossímil, o que realmente acontece, mas é menos grave que o outro caso.
Ainda assim, é possível desfrutar de um desenho de produção fantástico. Os carros voadores, naves e paisagens urbanas são realmente um show e me fizeram pensar em como o livro de concept art do filme, caso exista, deve ser espetacular. A fotografia com matizes em cores frias combina bastante com os objetos e os figurinos do filme, além de servir bem ao clima da história, ainda que esse detalhe visual seja diferente das HQ’s, onde a frieza estava mais restrita ao comportamento dos personagens principais. Aliás, no filme os personagens mantiveram essa característica, o que torna difícil definir isso como opção diretor ou inabilidade mesmo. Talvez isso seja até menos estranho ao público francês, mas de qualquer forma também acaba prejudicando a narrativa, pois em momento algum se sente que alguém corre perigo.
veja o filme abaixo
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